Eles, elas e eu...

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eles escrevem. elas escrevem.
eu apenas rabisco...

22 de dezembro de 2006


Para minha amiga oculta:


Poderia te dar ramos de amores perfeitos, mas prefiro te desejar o encontro do amor verdadeiro.

Poderia te dar um bom vinho, mas desejo apenas que seja do teu agrado a companhia para degustá-lo.

Poderia te dar uma estadia num spa e assim ter as massagens que merece, mas quero mesmo é que só boas mãos te amparem.

Poderia te dar um cd da Taviani ou um livro do Quintana, mas desejo apenas que as músicas que te cheguem aos ouvidos sejam as mais doces e que as palavras lidas sejam as de mais pura alegria.

Poderia te dar uma cartola e uma varinha de condão, mas apenas desejo que sua vida seja mágica.

Poderia te dar muitas coisas, mas apenas te ofereço minha amizade e as palavras de Vinícius:


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências… A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer… Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.


Menina Trovão, fica aqui o meu desejo de uma superhipermegaultra noite de Natal e o meu beijo pela pessoa que você é.

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