Eles, elas e eu...

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eles escrevem. elas escrevem.
eu apenas rabisco...

1 de janeiro de 2008



31 de dezembro. acordo achando que, apesar de tudo, teria uma noite legal ao lado das poucas pessoas que realmente importam na minha vida. abro o email. entre tantas coisas bacanas, algo que eu não queria ler. tudo bem, vamos absorver mais essa. afinal haveria de ter a última decepção de 2007. meu ex-sogro continua internado quase sem esperanças. coisas da vida. não há dia pra nascer nem pra morrer. seguem os fogos estourando, o calor senegalês, meus filhos brigando, a cadela latindo, minha mãe delirando, as mesmas aporrinhações de sempre ( incrível o prazer que algumas pessoas têm de encher o saco alheio por qualquer bosta). é, a vida não mudaria só porque, na virada do relógio, 2008 chegaria com seus 366 dias. limpo a casa com lavanda, acendo incensos, abro uma coca-cola. parecia champagne estourando. tomei um banho daquela merda toda. eu, o chão e os armários da cozinha. todos os palavrões proferidos, vamos em frente. as rabanadas, os bolinhos de bacalhau, o vinho, o peito de peru... o quê? que peito de peru??? alguém comeu o peito de peru!!!! foda-se! que comam o que tem aí. não vou me virar em comida porque algum engraçadinho detonou o que seria a ceia. corrida de são silvestre. flashes da praia de copacabana. passa o filme dos incontáveis reveillons passados naquele calçadão. saudades do tempo em que a vida era mais leve e descompromissada. é, eu fico melancólica nesses dias. hora de tomar banho. de sal grosso pra mandar os urucubacas ralo abaixo. não comprei roupa nova. qualquer roupa serve. começa o asqueroso show da virada. ninguém merece ouvir aquela cambada horrorosa. melhor colocar o mp3 no ouvido. vejo os fogos pela televisão. aqui não há brinde. tudo muito estranho. o telefone não tocou como eu esperava. não consigo dormir. idéias fervilhando na cabeça over-pensante. sou do tipo que adora procurar chifre em cabeça de cavalo. na vizinhança uma roda de pagode. definitivamente não sou desse mundo. o celular avisa: torpedo chegando com a única frase que eu queria ler. e assim outros torpedos vieram até que o sono venceu uma das partes. o dia quase amanhece e vou dormir, pensando que 2007 até que não foi dos piores. afinal, não entrei em camburão e nem parei num hospício. se 2008 permanecer com esse esquema, tamo no lucro!


( dedicado a minha sister Albinha, que me alegrou com um telefonema na manhã do dia 31)

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