Eles, elas e eu...

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eles escrevem. elas escrevem.
eu apenas rabisco...

10 de janeiro de 2007


estava eu no sossego do meu sacrossanto lar quando porteiro fofoqueiro dusinfernos interfona dizendo que bezerro maior estava caindo na porrada com um semelhante na portaria. solto todos os palavrões possíveis e pego a chave pra descer, quando toca a campainha. bezerro menor com a cara cheia de sangue e um dente na mão, chorando, enquanto um outro menino me mandava a real. bezerro menor ( leia-se 5 anos) tomou um soco no meio da fuça de um moleque ( leia-se 10 anos). bezerro maior ( leia-se 13 anos) tomou as dores e partiu pra dentro do folgado. desço e encontro a mãe do folgado, aos berros, dando dura no bezerro maior. "você não pode bater em criança menor que você". o folgado, cínico que só e com um sorrisinho de canto de boca, fingia que chorava. com toda delicadeza que me é peculiar, mando pra ela: ô coisa fofa, vai pregar esse teu blábláblá pro teu rebento que conseguiu arrancar um dente de um guri de 5 anos, tá ligada? e abaixa o teu dedinho da cara do meu filho porque esse privilégio só eu tenho! detalhe: folgado é fortinho, alimentado a base de fermento, luta judô. ou seja, temos aí um exemplo clássico de como se forma um futuro pitboy. a minha sorte é que eu me adapto fácil aos lugares. e já que isso aqui não passa de um favelão de cimento, eu sei descer a ladeira, com a trouxa na cabeça e cantando o último mega hit do reino dos pagodeiros. quando não me pedem pra baixar a lavadeira de frente, sou praticamente uma lady di.

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