Repetindo o que eu já disse por aqui:
Eu desejo que você seja simplesmente feliz...
meu pai cantando acalanto para eu dormir. minha mãe me ensinando a rezar: com deus me deito, com deus me levanto, com a virgem maria e o espírito santo, amém. pracinha arcoverde, pracinha do lido e pracinha do bairro peixoto. subir em árvores no quintal da casa da tia. a falta de talento para soltar pipas. os tatuís e os castelos de areia na praia de copacabana. bicicleta no calçadão. batizado de boneca. os dentes de leite e a fada trazendo presente. o tombo no chão da sala e a língua rasgada ao meio. o sofá vermelho e o quadro da moça de chapéu na parede. briga de travesseiros com meus irmãos. o passarinho que voou quando abri a gaiola. manhãs no zoológico pendurada no ombro do meu pai. as panelinhas espalhadas enquanto minha mãe cozinhava. as broncas, os castigos e o medo do cinto vermelho com o qual minha mãe nos ameaçava a cada bobagem feita. a primeira boneca suzi e o cachorrinho de madeira de língua vermelha. o dia em que ganhei um cachorro de verdade. coleções de gibis, de papéis de carta e de álbuns de figurinhas. tereza e monica, amigas até hoje. os laços de fita que combinavam com os vestidos. topo gigio e vila sésamo. monteiro lobato na estante do quarto. o feijão no algodão e a árvore plantada. as professoras regina, eunice e carmem. o pão doce na merendeira. a honra de desfilar como porta-bandeira da escola como melhor aluna. dançar como as chacretes durante todo o programa do chacrinha. férias em friburgo e em são lourenço. a piscina onde quase morri afogada. a fantasia de bailarina e o medo do clóvis no carnaval. balas banda e drops dulcora. bamba e conga nos pés. a primeira vitrola e a coleção colorida de discos de histórias. os lanches na colombo. as aulas de catecismo e a primeira comunhão. a vontade de viajar na enterprise ao lado do capitão kirk. as festas de natal no batalhão da polícia do exército. as fotos com o papai noel na mesbla e a tristeza em descobrir que ele simplesmente não existia. o cheiro de bolo de fubá que vinha da cozinha todo domingo. o sabor do crush e do grapette. o aparelho nos dentes. as aulas de natação. o sonho de se tornar bailarina indo embora por conta de um acidente. as abomináveis aulas de educação física no colégio. a primeira menstruação aos 10 anos de idade. os cadernos de perguntas. as matinês no piraquê. as festinhas e os chás de cadeira. o anel dado de presente pelo primeiro namoradinho guardado até hoje no baú das memórias. bom relembrar tudo isso. bom saber que fui uma criança feliz. melhor ainda é reconhecer que essa criança ainda está aqui dentro. de vez em quando ela me chama pra brincar. e eu vou.
* desde final de abril que meus caríssimos vizinhos estão fazendo um " upgrade" em seus muquifos. marteladas na cabeça, barulho de furadeira e poeira. uma maravilha.
* sobre o livro das cartas que falei em algum post aí pra baixo: uma bosta. quando eu digo que tradução não dá liga e perde toda a essência da coisa, sou chamada de pendante. é, sou mesmo.
* sobre o dvd do cazuza: dava pra ser melhor, com certeza. um apanhado de coisas que rolaram na globo. decepção total. fora que gostaria imensamente de saber o porquê de tanto close na malu mader e na claudia abreu.
* não gosto do batman. quero ver o filme só por causa do heath ledger. dizem que rouba a cena e transforma o morcego em coadjuvante.
* com anos de atraso virei fã de carteirinha de lost. quando me falarem de " outros", "dharma", " escotilha" e " bad numbers" não farei mais cara de ET.
* hoje tem festa julina no favelão. cada morador leva um prato de comida e o que quiser beber. lindo, né? lógico que aparecerão os caras de pau que não levarão nem o palito de dente mas que encherão o rabo de doce e salgado, beberão todas e ainda vão sair reclamando. e me desejem sorte porque comprei 2 cartelas do bingo. imaginem a cena: eu gritando bingooooooooooooo e saindo com o mega prêmio: um liquidificador!
( fecha a cortina e abafa o caso,ok?)
( tá lá no Submarino... pergunta se já não comprei o meu??? )
a vida segue dentro da tranquilidade possível por aqui...
e para não esquecer definitivamente a senha dessa bagaça, tracemos algumas linhas e falemos de " sex and the city".
enquanto cara-metade cochilava ( eu bem que desconfiei quando ele sugeriu vermos miranda, carrie, samantha e charlotte na telona), eu assistia ao meu quarteto fantástico na Big Apple depois de anos de orfandade graças ao fim da série. saí do cinema querendo 2 coisas: o tal chaveiro que tem lá uma função metafórica na história e o livro que carrie lê para big numa das cenas.
o chaveiro foi criado pela H. Stern especialmente para o filme e o transformou nesse pingente aí pela bagatela de 590 reais. mas como tudo se copia, dizem que os camelôs da uruguaiana já o vendem aos berros por algo em torno de 10 "real".
chaveiro descartado, passemos ao livro. "love letters of great men". procura daqui, procura dali, são google me diz que esse livro, porém, é tão ficção quanto o filme: não existe. o título mais próximo encontrado seria "love letters from great men and women: from the eighteenth century to the present day". continuei fuçando e descubro "cartas do coração — uma antologia do amor" organizado pela jornalista elisabeth orsini. e como quem não tem cão caça com gato, será esse mesmo que terei em minhas mãos nos próximos dias. se trouxer a carta de beethoven estarei pra lá de satisfeita. tudo porque ela termina assim: ever thine ever mine ever ours. sucinto. bonito. tudo que com certeza eu, você e as últimas românticas desejamos ouvir ou ler. nem que seja em um e-mail...
um dia uma delas deixou um comentário aqui me convidando a participar da webradio que elas mantêm em cima de blogs alheios. fui lá, li, achei legal, mandei um email, recebi um questionário que eu prontamente respondi e agora eu vou parar lá em uma mini entrevista e 4 músicas que eu escolhi.... pois é, dia primeiro de maio os rabiscos viram um programa de rádio... hohoho... um pacote de jujubas pra quem adivinhar as 4 músicas que irão tocar!
Querida M.
Em tempos de emails, celulares, torpedos e afins, só mesmo uma pessoa como você para resgatar o envio de cartas, não é mesmo? E saiba que eu fiquei feliz em ser uma das destinatárias de tanto carinho.
Escrevo-te, lôramada, apenas para dizer que pessoas entram na vida da gente de forma que muitas vezes não nos cabe entender. Como já disseram uns moços por aí " o acaso não existe" e " há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia". E eu acredito piamente nisso, sabe? Pense em nós duas: geograficamente tão próximas e nunca tivemos nossos caminhos cruzados até uma troca de comentários em blogs, coisa do mundo moderno. Se a modernidade da vida tem lá seu preço, esse foi um daqueles que valeu a pena pagar. Conhecer você e sua família é um privilégio, pois gentes como vocês fazem com quem a esperança no ser humano jamais se perca.
A barra pesou aí; a barra já pesou aqui. E o mais bacana disso tudo é que pudemos ter o colo e o ombro uma da outra com a mesma verdade que sentimos quando as alegrias de uma são comemoradas com intensidade pela outra. Acho que isso é o que chamam por aí de amizade genuína...
No mais, querida, fica aqui o meu desejo que o sol que você tanto ama volte a brilhar lá fora (e aí dentro de ti também) e que o céu, mais que aviões, te traga bençãos.
E para finalizar te devolvo Caio Fernando Abreu: "Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra."
Fica bem, linda, loura e feliz, ok?
Amutu!
Dia lindo pra ti também
Beijo imenso,
M.
P.S. Dê um beijo especial em B. e H. e diga-lhes que estou torcendo daqui para que A. chegue cheia de saúde, trazendo mais felicidades a essa família que tomei emprestada para mim.